quinta-feira, 17 de março de 2011

Sofia

As poucas árvores balançavam em tom de reprovação. As pedras diziam nada, o vento gelado queimava a pele branca de Sofia e a música urbana enlouquecia seus frágeis ouvidos. Seus olhos estavam arregalados, as mãos trêmulas. Coração descompassado. Um pingo de suor descia pelo meio da testa. O tempo tinha parado naquele momento. 40 segundos. Gritou mas sua voz ficou presa, amarrada em sua garganta. Sentia-se só no meio de tanta gente. Gente apressada, gente parada, gente que sorria. Gente que dizia. Gente vazia. Gente Sofia. Gente!
Pé afim. Seguia entre pedra, cimento e areia. Olhares, colares, vozes e perguntas. 7 segundos. Moça, criança, velha, bonito, carrocinha de pipoca e Sofia. 1 segundo. Olhou pra trás, Sinal fechado. Olhou pra frente. Pedra, cimento e areia. Hesitou, para que uma senhora passasse. Risos, gritos, cachorro, doces, palavrão. Mais gente que seguia, que vivia. Respirou fundo e seguiu. Sofia não rimava com Sofria. Sofia sorria.


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